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Energia solar cresce 407% em um ano no Brasil impulsionada por painéis em residências


Divulgação: Celesc

Globalmente, o investimento em energia solar bateu recorde no ano passado: 18% a mais do que no ano anterior e recebeu mais investimentos do que outro tipo de fonte energética, segundo a Organização das Nações Unidas (ONU). Foram mais de US$ 160,8 bilhões de recursos, segundo o relatório da organização, publicado em abril deste ano.

O Brasil é um dos países que têm uma incidência solar de 5,4 quilowatt-hora/metro quadrado – mais do que Estados Unidos, China e Alemanha, por exemplo. No entanto, em termos de capacidade instalada de geração fotovoltaica, o Brasil tem apenas um gigawatts. A China, por exemplo, tem 130 gigawatts. No entanto, o cenário parece estar se revertendo. Em 2016, o número de microgeradores de energia solar cresceu 407% em relação ao ano anterior, segundo dados da Aneel. A expansão acentuada aconteceu principalmente em residências (80%). Para 2024, o órgão estipula que serão 886,7 mil unidades consumidoras que receberão créditos dessa energia, totalizando uma potência instalada de aproximadamente 3,2 GW. O crescimento é justificado principalmente pelo barateamento dos painéis. Não por acaso, diversas companhias do setor estão investindo na área.

Dentro do Comitê de Inovação e Sustentabilidade da CDHU (Companhia de Desenvolvimento Habitacional e Urbano do Estado de São Paulo) surgiu a discussão de usar o sol como fonte energética. Como o foco da empresa é a construção de moradias de interesse social, atendendo predominante famílias com renda entre um e três salários mínimos, a grande vantagem do projeto, é justamente o impacto na conta de energia dos mutuários, como relata o superintendente de Orçamento, Programação e Controle da organização, Silvio Vasconcellos.

“Isso tem impacto direto no que chamamos de ‘custo de morar’. Temos que ter uma casa que não dê custos altos de manutenção e que seja sustentável, com esquemas de gastar pouca água, com uso racional de energia. Os resultados de pilotos são extremamente satisfatórios. O que tem acontecido é que o consumo tem se mantido nos padrões anteriores, e isso significa redução nas contas”, explica.

A ideia é também implementar os sistemas nas Unidades Habitacionais entregues entre 2011 e 2016 (51 mil unidades) e também nos empreendimentos novos a serem construídos pela CDHU. Vasconcellos lembra que o projeto teve um impacto muito além da questão energética: mexeu também com os processos de produção e construção da empresa, fazendo com que ela busque processos mais sustentáveis, com menos uso de água, menos geração de entulho, por exemplo. “Durante a construção dos próximos empreendimentos, esses equipamentos [solares] serão instaladas nos canteiros de obra, produzindo energia para a construção. Ou seja, não mexe só no resultado final, que é a casa: mexe com o processo de produção. Estou fazendo uma construção mais sustentável também”, exemplifica.

Vasconcellos acredita que instalar um equipamento de tecnologia de ponta em camadas de baixa renda aumenta a capacidade de difundir a informação e também de acelerar a queda de preços. O diagnóstico do especialista é que, apesar da disponibilidade da tecnologia, ela estava concentrada nos nichos comerciais, industriais e também nas habitações de padrão elevado, concentrada nas classes mais privilegiadas. “É uma introdução de tecnologia de baixo pra cima e com certeza vai causar uma popularização no mercado”, relata.

O executivo acredita que a instalação de painéis em construções de classe média é uma “questão de tempo” por conta dos benefícios, ainda mais com a perspectiva de queda de preço. Além disso, com a popularização desses novos sistemas, novos empregos serão gerados, cada vez mais especializados em uma energia limpa e renovável. A iniciativa da da CDHU recebeu o Prêmio Eco de Sustentabilidade da Amcham no ano passado. Fonte: Estadão



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